O que foi a Reforma Protestante?
- Luiz Aguinaldo Ponton Cuaglio
- 31 de out. de 2016
- 3 min de leitura

Aqui está um breve resumo da tão comemorada Reforma Protestante que hoje completa 499 anos.
O final da Idade Média foi marcado por muitas convulsões políticas, sociais e religiosas.
A sociedade vivia uma era de questionamentos das suas convicções iniciadas pelo movimento renascentista, onde o controle da igreja católica começava a ser questionado, ocasionando algumas rupturas do Estado com a Igreja.
A igreja católica era até então o grande poder sacramental e detinha o domínio das escrituras sagradas, onde somente o clero tinha o total conhecimento da mesma, ao povo cabia apenas obedecer o que era mandado, sem ter ao menos a oportunidade de conhecer as sagradas escrituras. Ao mesmo tempo em que ela se fazia detentora do poder de Deus, a igreja católica apostólica romana subjugava o povo atendo-se ao domínio através do medo e usando de dogmas como a venda do perdão (chamada “Indulgência”).
Os reis, buscando maior liberdade de poder, buscaram o rompimento das relações Estado e Clero, principalmente na Alemanha, Suíça e França. Levantaram-se também homens cristãos contra a igreja alegando que seus ensinamentos não estavam de acordo com os ensinamentos cristãos, entre eles John Hus e John Wycliff, este que em meio as suas indagações, encomendou traduções da Bíblia Sagrada para a linguagem popular e começou a ensinar ao povo fora das igrejas.
Influenciado pelos pré-reformadores e descontente com as ações da Igreja católica, o monge agostiniano Martinho Lutero, na Alemanha, no dia 31 de Outubro de 1517, instituiu 95 teses confrontando os dogmas da igreja católica e pregou na porta da Catedral de Wittemberg como um convite aberto para o debate dessas teses contra os ensinos e leis apresentados pela igreja.
Lutero e os demais reformadores defenderam alguns princípios básicos que viriam a caracterizar as convicções e práticas protestantes: sola Scriptura, solo Christo, sola gratia, sola fides, soli Deo gloria. Outro princípio aceito por todos foi o do sacerdócio universal dos fiéis.
Após a tentativa do clero de fazer com que Lutero se retratasse, ele negou e então foi perseguido pela igreja. Refugiou-se no castelo de Watburgo e começou uma obra prima da literatura alemã, a tradução das sagradas escrituras para o alemão.
O movimento reformado tomou conta de toda a Europa, principalmente na França e na Suíça, através de João Calvino e Ulrico Zuínglio.
Genebra tornou-se um centro do protestantismo europeu e João Calvino permanece desde então como uma figura central da história da cidade e da Suíça. Calvino publicou as Institutas da Religião Cristã, que são uma importante referência para o sistema de doutrinas adotado pelas Igrejas Reformadas.
O curso da Reforma foi diferente na Inglaterra. O rei Henrique VIII promoveu a Reforma Inglesa para satisfazer as suas necessidades políticas. Sendo este casado com Catarina de Aragão, que não lhe havia dado filho homem, Henrique solicitou ao papa Clemente VII a anulação do casamento.[41] Perante a recusa do papado, Henrique fez-se proclamar, em 1531, protetor da Igreja inglesa. O Ato de Supremacia, votado no parlamento em novembro de 1534, colocou Henrique e os seus sucessores na liderança da igreja, nascendo assim o anglicanismo.
Foi na Escócia que surgiu o conceito político-religioso de “presbiterianismo”. Os reis ingleses e escoceses sempre foram firmes defensores do episcopalismo, ou seja, de uma Igreja governada por bispos. A razão disso é que, sendo os bispos nomeados pelos reis, a Igreja seria mais facilmente controlada pelo estado e serviria aos interesses do mesmo. À luz das Escrituras, os presbiterianos insistiram em uma Igreja governada por oficiais eleitos pela comunidade, os presbíteros, tornando assim a Igreja livre da tutela do Estado. Foi somente após um longo e tumultuado processo que o presbiterianismo implantou-se definitivamente na Escócia.
Os reformadores não estavam buscando inovar, mas restaurar antigas verdades bíblicas que haviam sido esquecidas ou obscurecidas pelo tempo e pelas tradições humanas. Sua maior contribuição foi chamar a atenção das pessoas para a importância das Escrituras e seus grandes ensinos, especialmente no que diz respeito à salvação e à vida cristã. Para que as Igrejas Evangélicas atuais possam manter-se fiéis à sua vocação, é preciso que julguem tudo pelas Escrituras, acolhendo o que é bom e lançando fora o que é mau. Os reformadores nos mostraram que o critério da verdade não são os ensinos humanos, nem a experiência espiritual subjetiva, mas o Espírito Santo falando na Palavra e pela Palavra.
Espero ter te ajudado a entender um pouco sobre essa fato que causou um grande impacto no mundo.
Deus abençoe sempre!
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